Em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, na manhã dessa sexta-feira, 26, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que pediu demissão em abril de 2020, poderia ser o candidato a vice na chapa à reeleição se tivesse ficado “numa boa”.
Bolsonaro declarou considerar que “o poder subiu à cabeça” de Moro. Ele foi indagado pelos apresentadores do Pânico sobre a composição dos ministérios, neste e em um eventual novo mandato caso seja reeleito. Na versão do chefe do Executivo, o ex-ministro, também ex-juiz federal, não tinha vivência política e passou a vida toda “dando canetada e os outros cumprindo”.
Bolsonaro repetiu ainda que Moro tinha pretensões de ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o que Moro nega, e disse que ele “jamais passaria numa sabatina” no Senado Federal para ocupar a vaga.
Desde que tomou posse, em janeiro de 2019, Bolsonaro indicou os nomes de Nunes Marques e André Mendonça a cadeiras no Supremo. Ambos foram aprovados em sabatina. Em 2018, durante entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro sondou a indicação de Moro para o cargo de ministro da Justiça e disse que, por sua atuação como juiz, havia “perdido a liberdade no combate à corrupção”.
“É um homem que tem que ter o trabalho reconhecido. Pretendo conversar com ele brevemente, e já foi feita a sinalização positiva. Pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou – seria no futuro – abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que poderia trabalhar para o Brasil”, disse à época, como lembrou o portal Uol.
Falando sobre outros ministros, o presidente também elogiou a “lealdade” de seu ministro da Economia, Paulo Guedes. “A competência é importante? É, mas esse cara tem que tomar tubaína comigo”, declarou.
Bolsonaro voltou a criticar o papel do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na condução do combate à covid-19 nos primeiros meses da pandemia, e disse que ele se tornou um “garoto propaganda” da Globo na época.