Na Operação Ponto Final, os denunciados José Carlos Lavouras, Jacob Barata Filho e Lélis Marcos Teixeira representam parte do núcleo econômico da organização criminosa liderada por Sérgio Cabral, todos responsáveis por controlar a arrecadação da propina junto às empresas de ônibus e repassar os valores ilícitos a agentes públicos. Entre eles, figura o então promotor Flávio Bonazza, que solicitou e recebeu vantagens indevidas para “vazar” informações relevantes sobre possíveis ações ministeriais que contrariassem os interesses dos empresários, bem como agir para que as investigações em trâmite na 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital, da qual era titular, à época, não se transformassem em ações civis públicas em desfavor dos denunciados.
Na denúncia, o MPF requer, preliminarmente, que seja fixada a competência da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, tendo em vista a conexão destes autos com a Operação Ponto Final. Outro pedido foi ratificar e complementar os requerimentos cautelares do MP/RJ, com a decretação da prisão preventiva dos denunciados Flávio Bonazza e José Carlos Lavouras; busca e apreensão nos endereços do promotor e de Maria Helena Ferreira Maia; além de sequestro e a consequente indisponibilidade de bens de Bonazza até o limite de R$ 1,35 milhão.
“Com as confissões de alguns dos principais envolvidos nos esquemas ilícitos e com as notícias do avanço nas tratativas da colaboração de Lélis Teixeira, Flávio Bonazza teve a certeza de que seria, em algum momento, alcançado pelas investigações, o que certamente o levou a tentar eliminar evidências. Ocorre que, àquela altura, ele já havia excluído sua conta da Apple, em 31/10/2019, não sendo obra do acaso e nem uma infeliz coincidência. Tratou-se verdadeiramente de uma eliminação de possíveis provas que poderiam não apenas incriminá-lo, mas ainda auxiliar na apuração de outros fatos ilícitos e da participação de outros agentes”, destacaram os procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.
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