A Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz nasceu em 2018, a partir do reconhecimento de que as comunidades religiosas têm um papel imprescindível a cumprir na sociedade brasileira se quisermos criar uma nação mais justa, harmoniosa e pacífica. Reunindo representantes e lideranças religiosas de diferentes matizes e também apoiadores como juristas, artistas, publicitários e outros atores sociais, a Frente atua inspirada no legado de Dom Paulo e seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, mesmo sob as condições mais adversas.
Na relação com governos, particularmente, a Frente defende a importância do Estado Democrático de Direito e da sua laicidade, o respeito à posição e papel político de cada líder que a compõe, articulando suas ações de forma apartidária, mas com profundo senso político e social. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada seu estatuto fundante, reconhecendo que a paz é fruto da justiça e que o diálogo inter-religioso possui um papel importante para avançar neste caminho.
Observando o rápido aumento dos questionamentos do significado da democracia e do papel das religiões dentro desta, e para que estas discussões não sejam reduzidas a tentativas de instrumentalização da religião por grupos políticos, a Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz torna pública a Carta de Compromissos Políticos Inter-Religiosos pelo Estado Democrático, onde reafirma que o papel das religiões é contribuir para o respeito à diversidade, à harmonia e à cooperação genuína de toda sociedade, incluindo o diálogo inter-religioso, inter-fé, e interconvicional.
O funcionamento da sociedade não pode ser baseado no uso que oprime uns em benefício de outros e a Frente compreende a necessidade do estabelecimento de alguns compromissos sociais fundamentais e a manutenção da democracia para promover o bem comum e combater a violência e o abuso de poder econômico ou político.