A ascensão dos aplicativos de entrega e de transporte individual criou uma classe de trabalhadores “autônomos” que rodam todos os dias pelas estradas do país. A fim de driblar o desemprego, esses profissionais encaram a insegurança das ruas e a falta de suporte enquanto a inflação sobe. Com o fechamento de bares e restaurantes por conta da pandemia, a demanda por esses trabalhadores nos últimos dois anos aumentou. Além disso, o temor do contágio nos transportes coletivos ajudou a aquecer a procura por carros individuais.
O número de brasileiros que trabalham para aplicativos de entrega de mercadorias cresceu 979,8% entre 2016 e 2021, apontou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na categoria dos profissionais que trabalham com transporte de passageiros, o crescimento foi de 37% no mesmo período, de 840 mil, em 2016, para 1 milhão, em 2018, e chegando ao terceiro trimestre de 2019, a 1,3 milhão de pessoas.