Um tribunal saudita condenou uma mulher a 34 anos de prisão por ter “ajudado”, com seus tuítes, opositores políticos que buscam “alterar a ordem pública”, segundo um documento judicial consultado pela AFP nesta quarta-feira, 17.
Esta é a “pena de prisão mais longa já pronunciada pelas autoridades sauditas contra uma ativista pacífica” em um contexto de “repressão excessivamente dura”, denunciou a organização de defesa dos direitos humanos ALQST, com sede em Londres.
Salma Al-Chehab, mãe de família, foi condenada por “ter ajudado aqueles que buscam alterar a ordem pública e ter espalhado informação falsa e maliciosa (…) com seus tuítes”.
Essa estudante de doutorado em odontologia na Universidade de Leeds (Inglaterra) foi presa em janeiro de 2021, quando estava de férias na Arábia Saudita. A mulher, que tem cerca de 2.600 seguidores no Twitter, publicava regularmente mensagens a favor dos direitos das mulheres no reino ultraconservador.
“Não achei que sua atividade no Twitter poderia lhe causar problemas”, disse à AFP uma amiga da mulher, que pediu anonimato. “Sua prisão nos surpreendeu”, acrescentou.
Sob o impulso do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, a Arábia Saudita concedeu mais direitos às mulheres. As sauditas agora podem comparecer a shows e competições esportivas junto aos homens, dirigir carros e viajar sem a permissão de um familiar do sexo masculino.