Nesta quinta-feira (13), o Google Bard foi lançado oficialmente no Brasil. Disponibilizado em fevereiro deste ano nos Estados Unidos e Reino Unido, o chatbot baseado em inteligência artificial (IA) agora pode ser utilizado em português brasileiro.
Com isso, o Bard agora está disponível em mais de 40 idiomas, sendo 27 novos nesta nova leva. O anúncio do Google vem acompanhado de seis novos recursos, sendo quatro deles em português. Um que pode atrair o público permite ao usuário ouvir em voz alta as respostas.
O lançamento vem para bater de frente, principalmente, com o ChatGPT da OpenAI, que ganhou notoriedade desde o final de 2022. Mas o Google ressalta que o Bard ainda é um experimento, apesar da ampliação de disponibilidade, e que ele não vem para substituir a Busca.
“Vemos o Bard como uma ferramenta complementar” ao buscador, diz Bruno Pôssas, vice-presidente global de engenharia do Google para Busca. O executivo reforçou que a novidade vem sendo desenvolvida em fases e que, apesar das muitas possibilidades, ainda é preciso ter cautela.
Assim como outros grandes modelos de linguagem (LLM, ou Large Language Models), o Bard também pode emitir respostas imprecisas. Isso implica que nem tudo o que o novo chatbot do Google diz pode ser verdade. Por outro lado, a empresa garante que o sistema foi treinado para emitir respostas moderadas, sem exibir informações pessoais de usuários ou, até mesmo, imagens sexualmente explícitas.
Ele ressalta que “algumas respostas podem não ser boas”, citando uma deficiência das LLMs em geral. Ou seja, os usuários ainda podem se deparar com informações imprecisas nas interações, tendo em vista que “esses modelos podem refletir vieses do mundo”.
Pôssas afirma que o Bard foi treinado por humanos para evitar respostas ofensivas, especialmente para evitar alucinações. Também de forma geral, ele cita que modelos de linguagem generativa “podem gerar respostas ofensivas, chocantes e problemáticas”, mas que a empresa possui salvaguardas para evitar que aconteçam.
Elas consistem em fornecer respostas moderadas aos usuários, por exemplo, tendo como princípio fazer da IA algo socialmente benéfico; evitar criar ou reforçar preconceitos; ser responsável para com as pessoas; manter os altos padrões de excelência científica e outros.
A empresa também ressalta que a IA não deve: auxiliar tecnologias que possam causar dano; ser utilizada em propósitos que podem causar ou facilitar lesões às pessoas; para vigilância; ou para alguma finalidade que viole o direito internacional e os direitos humanos.
Adaptação para o Brasil
Segundo o Google, foram três meses de trabalho para trazer o Bard ao Brasil, o que incluiu revisores brasileiros e órgãos legisladores. A empresa aponta que funcionários internos participaram “exaustivamente” do treinamento dos prompts, além de parceiros externos.