O médico Felipe Peixoto Nobre detalhou como ocorria a pressão exercida pela operadora de saúde HapVida para prescrição a pacientes do kit-Covid, tratamento precoce comprovadamente ineficaz contra a doença. A operadora estabelecia metas de prescrição e chegava a ameaçar de demissão os profissionais que não prescrevessem o kit.
“Éramos vistos como inimigos e marcados com uma bandeira vermelha. Recebi quatro visitas no ambulatório do médico-líder em menos de um mês. Me disseram que eu corria o risco de ser desligado do plano, caso eu não prescrevesse o “kit covid”. A chefia sabia exatamente quem prescrevia ou não, porque estavam fazendo auditoria nos prontuários, um absurdo total”, disse o médico em entrevista ao jornal O Globo.
Ainda conforme o médico, a HapVida se recusava a realizar testes para diagnóstico da Covid-19 mesmo em pacientes que apresentavam sintomas da doença.
As orientações, conforme áudio revelado pela reportagem, era aumentar consideravelmente a prescrição de cloroquina para as pessoas com Covid-19 para ter menos pacientes internados. Cada diretor médico da unidade ficou diretamente responsável para acompanhar o aumento dos indicadores de prescrição.