As exportações de bens de capital alcançaram valor recorde em 2023. Foram 18,2 bilhões, o que representou um aumento de 18,3% em relação ao ano anterior. No período, houve alta de 7% nos preços dos produtos e de 4,3% na quantidade exportada.
Os dados são da Nota Econômica nº 32, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento aponta ainda que as exportações da indústria de transformação registraram o segundo maior valor desde o início da série histórica do monitoramento, em 2001. Apesar do resultado positivo, houve queda da participação do setor produtivo no total das exportações brasileiras e foi identificada a necessidade de o Brasil diversificar sua pauta exportadora.
No ano passado, nove setores da indústria de transformação exportaram bens de capital. Contribuíram para o resultado positivo, principalmente, bens do setor de Máquinas e equipamentos e de Outros equipamentos de transporte, com influência de 45,8% e 33,1%.
>>> Os bens de capital são aqueles usados como meio de produção de bens de consumo. Ele não é diretamente incorporado no produto final, mas é usado durante o processo de produção. Esses bens podem ser máquinas usadas em processos manufatureiros, máquinas agrícolas, elétricas, de mineração e construção, além dos relacionados à tecnologia da informação e comunicação, como computadores e servidores.
Exportações da indústria de transformação têm segundo melhor resultado desde 2001
Foram vendidos para fora do Brasil US$ 177,1 bilhões da indústria de transformação em 2023, valor que só fica atrás do alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 181,4 bilhões em preços correntes.
>>> A indústria de transformação faz a transformação de matéria-prima no produto final ou intermediário, que em seguida será modificado por outra indústria de transformação. Ou seja, essa indústria movimenta a economia.
As exportações dessa categoria mantiveram patamar alto em 2023 mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos causados pela pandemia de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que levaram ao forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.