Lula e novos ministros: dificuldade em acomodar aliados e negociação com partidos atrasam anúncio

Em meio a dificuldades para acomodar aliados na Esplanada dos Ministérios e entraves na negociação com partidos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar uma nova leva de ministros em um evento no CCBB, sede do governo de transição, na quinta-feira (22) pela manhã. Na cerimônia, serão apresentados os trabalhos feitos pelos grupos de transição e, depois, haverá a oficialização de nomes para a Esplanada.

De acordo com o futuro ministro da Casa Civil Rui Costa, “quase a totalidade” dos ministros deve ser anunciada na quinta.

Até o momento, foram anunciados seis ministros: Fernando Haddad, na Fazenda; Rui Costa, na Casa Civil; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; José Múcio Monteiro, na Defesa; Mauro Vieira, nas Relações Exteriores; e Margareth Menezes, na Cultura. Lula também já definiu o ex-governador do Ceará Camilo Santana para comandar o Ministério da Educação (MEC).

Em 2002, quando foi eleito para seu primeiro mandato na Presidência, Lula já havia anunciado 18 ministros até o dia 20 de dezembro. O restante foi oficializado em 23 de dezembro, fechando sua equipe.

O atraso em oficializar mesmo nomes já escolhidos, como Camilo Santana e Nísia Trindade, deve-se à tentativa de Lula de equacionar todos os interesses que precisa atender na formação da Esplanada. A aprovação da PEC na Câmara, até então, era um dos pontos principais para resolução dos ministérios.

Nesta quarta-feira, deputados aprovaram em primeiro turno o texto da proposta, que terá vigência de um ano. A PEC abre espaço de R$ 168 bilhões no Orçamento do próximo ano, incluindo investimentos. Mas o montante chega a R$ 193,7 bilhões quando se adicionam à conta os penduricalhos inseridos no texto.

De acordo com interlocutores, a indefinição de assentos em pastas do Palácio do Planalto, que constitui o núcleo-duro do governo, também acabou atrasando a escolha de nomes para os demais ministérios.